Imagine homens vivendo desde a infância em uma caverna, com pés e pescoços acorrentados, incapazes de olhar para outra direção além da frente. A luz na caverna vem de uma fogueira, e entre ela e os homens, há uma estrada com um pequeno muro. Por essa estrada, passam pessoas carregando diferentes objetos, estátuas de seres humanos e animais. Os homens da caverna só conseguem ver sombras de si mesmos e dos outros, confundindo-as com a realidade. O eco das vozes dos transportadores é percebido como se viesse das sombras, e assim, atribuem realidade a elas.
Imagine que fossem libertados das correntes e curados da ignorância. Sofreriam até conseguirem contemplar as coisas reais. Ao lembrar da antiga vida, prefeririam mil vezes enfrentar o sofrimento no mundo real do que voltar às ilusões. Se retornassem à caverna, suas vistas se incomodariam com a escuridão, e os que lá permanecem pensariam que sua visão estava danificada. Se tentassem libertar outro prisioneiro, talvez fossem mortos.
Sócrates explica que a caverna representa o mundo que nos rodeia; a luz da fogueira, a força do sol; e a ascensão ao mundo externo, a elevação da alma ao mundo inteligível. Nesse mundo, está a ideia do bem, que é a causa de tudo que é justo e belo. Compreendê-la é essencial para agir com sabedoria, tanto na vida pessoal quanto na pública.