Alegoria da caverna (resumo)

Imagine homens vivendo desde a infância em uma caverna, com pés e pescoços acorrentados, incapazes de olhar para outra direção além da frente. A luz na caverna vem de uma fogueira, e entre ela e os homens, há uma estrada com um pequeno muro. Por essa estrada, passam pessoas carregando diferentes objetos, estátuas de seres humanos e animais. Os homens da caverna só conseguem ver sombras de si mesmos e dos outros, confundindo-as com a realidade. O eco das vozes dos transportadores é percebido como se viesse das sombras, e assim, atribuem realidade a elas.

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Críticas à Utopia de Platão

Durant (1994) questiona se a Utopia é viável, se tem aplicação prática e se já foi realizada. O autor acredita que, em parte, ela se concretizou com o governo do catolicismo na Europa por cerca de mil anos, na Idade Média, e, por um tempo, no Paraguai, com os jesuítas. Críticos fizeram objeções ao longo do tempo. Aristóteles, discípulo de Platão, criticou a ideia de que todos os homens fossem irmãos, a propriedade comum e o comunismo. Em períodos posteriores, surgiram outras críticas. Acusaram Platão de subestimar o costume da monogamia, o instinto maternal e de defender a abolição da família.

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A solução ética em Platão

O que é justiça para Platão? Para Durant (1994), Platão resume justiça como “ter e exercer o que é próprio de cada um”. Desse modo, cada homem receberá o equivalente que produz e cumprirá a função para qual é mais idôneo. O indivíduo justo é aquele onde desejos, emoções e ideias estão em harmonia. Uma sociedade justa manifesta harmonia e coordenação efetiva nas relações entre os indivíduos e classes (grupos). A moralidade principia com a associação, interdependência e organização. A moralidade para Jesus se traduz na bondade com os mais fracos, para Nietzsche moralidade deve ser a moral dos mais fortes e para Platão, harmonia efetiva do conjunto. Talvez a combinação das três doutrinas institua uma ética perfeita. 

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A solução política de Platão

Durant (1994), apresenta a solução política de Platão para Utopia. O problema: como escolher os melhores para guardiãos do estado? Para Platão democracia deveria ser igualdade de oportunidades educacionais. A escolha dos funcionários públicos (governantes) deve ser não por voto (democracia das urnas), mas  em virtude da capacidade (democracia de escolas). Devemos manter os guardiões do estado dignamente, mas não permitir que sejam proprietários, nem que tenham esposas ou criem filhos. Se forem capazes, as mulheres podem igualmente governar. Platão manifesta uma preocupação eugênica, desejando proteger a reprodução de enfermidades e degeneração interna. A estrutura política tem na base a população voltada para o comércio, indústria e atividades agrícolas; depois uma classe numerosa de soldados e auxiliares e, por último, uma pequena classe de guardiãos. A ideia é evitar a riqueza ou a pobreza individual excessiva e que todos cooperem de forma diferente para produzir uma sociedade harmônica e eficiente. 

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A solução psicológica em Platão

Durant (1994) chama de solução psicológica, eu chamaria de solução pedagógica. Para edificar Utopia, o estado ideal, os governantes não serão escolhidos nem pela maioria nem pela força; a solução começa com uma educação universal. Nos primeiros dez anos, a educação terá o predomínio do físico, com atletismo e ginástica somados à música. Após os dezesseis anos, a música deve atrair os estudantes para o estudo das matemáticas, história e ciência. É necessário dar atenção à formação moral, recomendando-se a religião para isso. Preveem-se três exames. O primeiro ocorre aos vinte anos, quando os reprovados são encaminhados para atividades laborais, e os aprovados continuam mais dez anos de estudo e capacitação. O segundo ocorre aos trinta anos, com os reprovados sendo orientados para funções de auxiliares executivos e oficiais militares, enquanto os aprovados seguem por mais cinco anos de estudo de Filosofia. O último exame dura quinze anos (dos 35 aos 50 anos de idade) e é a prova da vida real. Os poucos aprovados são automaticamente convertidos em governantes do estado.

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O problema psicológico em Platão

A tese é: “como é o homem, assim é o estado”. Para Platão, a conduta humana tem três fontes: desejo, emoção e conhecimento. Todos os seres humanos compartilham dessas três fontes, mas alguns tendem mais a uma que as outras. Nos que predomina o desejo são em geral almas inquietas, ansiosas em adquirir, geralmente são homens que dominam e manejam a indústria. Já naqueles que predomina a emoção, estes são movidos por sentimento, coragem, ousadia; são os homens que formam os exércitos e marinhas do mundo. Homens em que predomina o conhecimento são aqueles que não tem afã por bens, nem por vitória, seu refúgio secreto é a verdade. Para Platão, uma ação individual eficaz é aquela onde desejo e emoção são guiados pelo conhecimento. O estado perfeito é onde ciência e filosofia, nutridos e protegidos, governam. A figura ideal é a do filósofo rei. 

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O problema político em Platão

Platão reconhece que os homens não se satisfazem com uma vida simples e humilde. Querem adquirir mais e mais. São ambiciosos, competidores e envejosos. O resultado é a rivalidade e a guerra. Por conta disso, as formas de governo perecem pelo excesso. A aristocracia pelo excesso de poder nas mãos de uns poucos, a oligarquia pelo excesso de riqueza também de poucos, resultando em revolução. A democracia perece pelo excesso de democracia, ou seja, muito poder nas mãos de um povo despreparado, resultando em tirania ou autocracia. O problema de filosofia política é encontrar um método para eleger e preparar os melhores para governar em prol do bem comum. 

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O problema ético em Platão

Numa discussão na casa de Céfalo, um rico aristocrata, dá indicação do modo de tratamento do problema ético em Platão. Sócrates pergunta a Céfalo o que ele entende por justiça. Transímaco, sofista presente, afirma que justiça é o interesse do mais forte. Em Gorgias, Calicíes afirma que moralidade é invenção dos fracos e que as verdadeiras virtudes são a coragem e a inteligência. Sócrates não enfrenta a questão de forma absoluta, mas indica que a justiça como relação de indivíduos depende da organização social. Platão pretende vincular moralidade pessoal com reconstrução social e política. Veja os detalhes no mapa abaixo.

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A preparação de Platão

Platão teve sua preparação em meio a riqueza. O encontro com Sócrates foi crucial para sua formação. Platão tinha 28 anos quando Sócrates foi executado. Essa experiência provavelmente exerceu forte influência em sua crítica à multidão e a democracia. Após a morte de Sócrates foi aconselhado a sair de Atenas. Ficou errante por 12 anos, provavelmente passou pelo Egito e Itália. Retornou à Atenas com 40 anos. 

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O ambiente de Filosofia de Platão

Durant (1994), apresenta o ambiente que, de certo modo, moldou o pensamento de Platão e da filosofia grega. A localização da Grécia foi determinante, em especial, Atenas. O contato intenso com diferentes povos, culturas, religiões; fez com que o ateniense atenuasse dogmas e tradições, criando um ambiente propício para a Filosofia. A derrota para Esparta na guerra do Peloponeso (430 – 400 a. C.), consolidou uma certa desconfiança da democracia, que mal praticada abria espaço para a tirania e favorecia uma posição a favor da aristocracia.

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